Se uma mulher já detém uma força absurda, imagina então quando elas caminham juntas… É, minha gente, “ninguém é capaz de domaaar”. Mulheres que caminham juntas traduzem talvez um dos poderes mais fortes da natureza. E ESSAS mulheres estão aqui para provar exatamente isso.
Com pouco mais de 2 anos de existência, desde a primeira aparição em público como grupo musical, em novembro de 2019, a banda mossoroense CoisaLuz já coleciona uma trajetória cheia de conquistas e, claro, muita arte. E agora já pode gritar para o mundo mais uma grande vitória: o lançamento do videoclipe da canção Afroameríndia, música que dá nome ao primeiro EP da banda, lançado em março de 2021.
A ideia do videoclipe saiu do papel depois que a banda formada pelas cantoras, intérpretes e atrizes Bianca Cardeal, Dayanne Nunes e Flávia Mayara participou do Edital Música Transforma 2021, do portal Som Sem Plugs, e, para a sorte delas, mas também, nossa, acabou sendo selecionada.
“O Som Sem Plugs cultiva uma relação produtiva já alguns anos com o Oeste Potiguar e Mossoró, enquanto centro cultural dessa região. É a terceira ação in loco do projeto, sempre através do Edital Música Transforma, promovido por nós. Essa relação faz com que estejamos sempre acompanhando as iniciativas artísticas da cidade, a exemplo do lançamento do ep Afroamerindia, e ficamos felizes quando Coisa Luz confirmou seu potencial ao sair como uma das contempladas pelo edital”, explica o diretor geral, Felipe Campos Chaves.
Na edição 2021 do Edital, ao todo, 4 artistas/bandas foram contemplades, 2 provenientes de Natal e Grande Natal, e 2 do Oeste Potiguar, Antônio e a nossa CoisaLuz que agora lança o novo trabalho. O processo de escolha foi por meio do voto popular e a banda feminista mossoroense somou mais de 6 mil clicks.
“A gente queria muito que desse certo, porque sabíamos da qualidade do trabalho do Som Sem Plugs e sabíamos que a nossa música merecia toda a qualidade disponível para que tudo o que queríamos fosse transmitido no audiovisual”.
CoisaLuz.
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O videoclipe traz a presença deste ser, deste corpo, desta mulher Afroameríndia, que, traduzindo com as palavras das três cantoras, “é a mulher brasileira em si”, que desconhece as suas origens identitárias e os seus antepassados, estes que têm sangue africano e indígena. Trazer à tona a força afroameríndia dessa mulher brasileira nasceu da necessidade das próprias integrantes em saber quem eram elas ao se questionarem sobre as suas origens e que lugar é esse de onde elas partem.
Essa reflexão assola muitas outras irmãs de alma latino-americanas, por isso, Bianca, Dayanne e Flávia, convidam-nas a caminhar juntas, com toda a força que só a voz de uma mulher tem. “A afroameríndia é a mulher que vem gritar que, apesar de tudo isso, de todas as torturas que passamos desde antes mesmo de nascermos, juntas somos fortes. […] Nós estamos descobrindo aos poucos ainda quem somos, nossas origens, nossas raízes, e convocamos as mulheres a buscarem o mesmo. É a forma que encontramos de nos fortalecermos e assim fortalecer umas às outras”, complementam.
Pedro Medeiros foi o responsável pela direção de cena e roteiro da obra. Ele sentou, num primeiro momento com as meninas, ouviu todas as ideias e estruturou de acordo com as orientações. Ele não esconde o prazer em participar desta produção: “ Foi massa. Sou amigo das meninas de longas datas. Antes mesmo da formação da banda. Enquanto ouvinte e admirador da Coisaluz, é instigante cocriar este filme cheio de signos e cores”.
Para Mykaell Bandeira, produtor local, também foi uma baita experiência. Segundo ele, só em trabalhar ao lado de pessoas nas quais a gente admira e afeiçoa, já é massa, e trabalhar então com uma banda formada por mulheres incríveis, da nossa terra, que traz um movimento forte de empoderamento feminino, acaba sendo melhor ainda.
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COISALUZ
Foi durante um encontro na casa de um amigo em comum, que o que viria a se tornar a CoisaLuz começou a lumiar. Dayanne Nunes e Bianca Cardeal cantarolaram uma música e perceberam que aquela afinidade dentro e fora da canção poderia se tornar algo maior. Com a formação dessa “coisa” inicial apenas entre as duas integrantes, elas decidiram então convidar as artistas Flávia Mayara e Roberta Lúcida para tocarem, respectivamente, a percussão e o violão. E assim começou.
Aos poucos, foram fazendo shows, participações especiais, lives, sempre difundindo o nome do grupo, até que em 2020, aprovaram o projeto do primeiro EP na Lei Aldir Blanc. Até aquele momento, elas só tinham duas músicas autorais – entre elas, Afroameríndia -, e para correr contra o tempo, utilizaram o período de carnaval do ano seguinte, durante uma pandemia, para compor outras seis canções.
Durante esse processo, a formação passou por uma adaptação com a saída de Roberta, embora ela tenha feito colaborações para o EP. O musicista multitalentoso Iury Matias entrou na jogada para assumir a direção musical do álbum. De acordo com Flávia, Dayanne e Bianca, todo o processo de produção levou um total de 7 dias, entre ensaio, gravação, mixagem e masterização.
“Tudo envolvendo o EP Afroameríndia aconteceu de forma muito intuitiva, mística até. […] Tudo isso fez com que o trabalho fluísse, que não fosse pesado e o resultado se pode ver aí em todas as plataformas digitais”. CoisaLuz.
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A CoisaLuz conta que, desde o início, a ideia sempre foi cantar para mulheres, enaltecendo a força, a luta e a luz delas para elas mesmas. E é nesse sentido que a banda responde ao ser questionada pelo Reticências Culturais sobre o significado da palavra “sucesso”. Elas dizem que “é ver que mulheres, ao ouvir nossa mensagem, se sentem mais fortes, motivadas, passam a enxergar beleza em si mesmas, buscam e valorizam suas origens, seus traços, e entendem a força que há quando mulheres se unem”.
É isso que elas esperam que o videoclipe da principal canção de trabalho, Afroameríndia, alcance, chegando em que tiver de chegar, levando a mensagem do grupo musical para frente e entregando uma carta de amor a nós, mulheres.
“[O videoclipe é] um encontro entre a potência artística da banda e a força criativa do projeto, com uma qualidade equiparável ao que é hoje produzido nos grandes centros do país”.
Felipe Campos Chaves, diretor geral do Som Sem Plugs.
CoisaLuz é AFROAMERÍNDIA!
Assista ao videoclipe:
Confira outras fotos do processo de gravação do videoclipe Afroameríndia:
FICHA TÉCNICA
Direção geral: Felipe Campos Chaves
Produção Executiva: Felipe Campos Chaves e Luciano Prates
Direção de Cena: Pedro Medeiros
Assistente de Direção: Vitória Real
Roteiro: Pedro Medeiros
Direção de fotografia: Pedro Medeiros
Câmera: Justino Neto
Direção de Arte e Figurino: Vítor Lagden e Jaiara Fontes
Produção: Haylene Dantas
Produção local: Mykaell Bandeira
Fotografia still: Luana Tayze
Edição/Colorimetria: Rudá Melo
Finalização: Rudá Melo e Bernardo Luiz
Maquinista: Plínio Sá
Maquiagem: Aline Oliveira
Motorista Van: Ronaldo
Marketing: Karla Rachel
Design Edital Música Transforma: Rangel Oliveira
Assessoria de imprensa: G7 Comunicação
COISALUZ
Bianca Cardial, Dayanne Nunes e Flávia Fagundes
FIGURAÇÃO
Tony Silva, Eloyza Tolentino, Selva, Odara Inaê, Marilia Kardennaly e Simone França
PRODUÇÃO MUSICAL
Direção e Produção: Iury Matias
Gravação: Sonora Pro Music
Masterização e Mixagem: Iury Matias e Sonora Pro Music
Master Videoclipe: Studium Jota Marciano
Para saber mais sobre os trabalhos da CoisaLuz, acompanhem-na através do instagram @coisaluz.
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