E quem disse que literatura não gera literatura? Com ele, essa teoria é confirmada dia após dia, onde uma criança que ganhava livros do pai transformou-se num grande poeta. Eu estou falando de Eduardo Ezus, escritor mossoroense que lança seu mais novo livro “Cálida Noite”, obra que atravessa os dilemas da melancolia, da solidão, dos sentimentos da noite.

#paracegover: Eduardo está sentado num batente, com as mãos uma sobre a outra apoiadas nas pernas. Ele veste uma camiseta branca de botão, calça jeans, usa óculos de grau, tem cabelo cacheado e bigode. Por trás, uma parede branca onde está escrito “SINTA”. FOTOGRAFIA: Mariana Gandarela.

Eduardo Ezus Fernandes de Jesus nasceu em Natal-RN, mas vive os seus 30 anos em Mossoró, onde tem se debruçado ainda mais pela literatura. Entre os seus prazeres da vida, estão o de ler, de ouvir música, de criar e, claro, de uma velha “conversa fiada de botequim, com cervejas e projetos inúmeros”, como ele mesmo diz. Entre os desgostos, o maior deles é ouvir a voz do presidente do Brasil… não é para menos. 

Quando Eduardo ainda era uma criança, o seu pai o presenteava com livros, cordéis, quadrinhos, até que um dia ele encontrou a poesia marginal e os sebos, vertentes certeiras nos seus encantos literários. Hoje, é daí que Ezus mais se alimenta. 

Com uma trajetória breve (ainda), porém cheia de devaneios, o escritor potiguar é editor da página Tamarina Literária e já tem um livro publicado, denominado “Terça Diminuta”, contemplado na Lei Aldir Blanc. A obra é escrita em haikais – gênero literário que possui três versos, sendo o primeiro e o terceiro redondilhas menores, e o segundo, redondilha maior – e as ilustrações são assinadas pela artista Mariana Gandarela, companheira do escritor.

Dessa vez, numa despretensão transviada pelo transbordamento de um artista em busca da sua arte, surgiu Cálida Noite (Margem Edições, 68 pags), novo livro de trabalho de Eduardo Ezus.

#paracegover: três exemplares do livro Cálida Noite na cor marrom, onde na capa está impresso uma espécie de viela com chão de pedras. Em primeiro plano, está escrito o nome do livro e o nome do escritor, Eduardo Ezus. Abaixo, o nome da editora, Margem. ILUSTRAÇÃO: Fernando Rosa.

Segundo Edu, os poemas de Cálida Noite foram escritos ainda entre os anos de 2018 e 2019, e no início de 2021, ele viu uma possibilidade de publicá-los através de uma editora independente de Belo Horizonte-MG, chamada Margem. A imprevisibilidade deu de presente para Ezus a chance de realizar esse feito artístico e literário. E dessa forma, o livro Cálida Noite encontra-se hoje na pré-venda de um futuro de muito sucesso.

“É um livro de poesia, meio melancólico, meio onírico. Falo, ainda que figuradamente, mas nem sempre, sobre drogas, solidão, mundos possíveis”. Eduardo Ezus, escritor.

No livro elaborado ainda quando o autor morava em Parnamirim-RN, há poemas escritos enquanto ele caminhava na rua, enxergando uma pessoa embaixo de pontes, rios de lama, enfim; as respostas e perguntas que rodeiam a noite e a vida. Esse título, Cálida Noite, vem de “uma noite sem o rótulo de ‘fria com o cobertor e a série Netflix’ e cálido vem de quente, de ardor, mas tem uma conotação de ‘aquilo que é experiente’”. 

Atualmente, a obra está em fase de pré-venda, seguindo até o dia 16 de novembro. Para adquiri-la, os leitores e leitoras podem acessar o site da editora (www.margemedicoes.com) e reservar seu exemplar, que custa R$35,00 + frete fixo. A impressão acontece em dezembro e cada livro será enviado para todes que o garantirem com antecedência. Sobre o lançamento, maiores informações serão divulgadas em breve.

Até lá, confiram um dos trechos de Cálida Noite:

(…)
Procuro uma brecha no tempo
para fixar a minha loucura
no meio tempo em que procuro:
a fissura
Sou devorado pelas minhas entranhas
pela parte de mim que me apavora
Meus poros tremem por alguns segundos
A luz foi de vaga-lume no canto da calçada
Meu vaga-lume cinza-lata.

“Hoje escrevo outros gêneros, mas digo que sempre escrevo poesia. A subjetividade é algo que me atrai, além do amor pela linguagem em si”. Eduardo Ezus, escritor.

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