Quem se atreve a falar de quem não tem nome? Ou poderíamos dizer de quem tem vários em si? Seja Fernanda, Alice, Beatriz, Carolina, a selva que for? Atrever-se a isso é mais difícil do que parece. Pode até não fazer sentido algum, mas se existe, é porque é alguma coisa e em ser, consequentemente, já se torna o que quiser.

Sendo o que se explode por dentro, uma mulher tem chamado atenção das vielas, dos bares, dos becos, das ruas, do vento, das calçadas, dos muros de Mossoró: Selva. Desta que tem gotas de uma tal Fernanda. Seja como uma ou como a outra, na maioria das vezes é na capacidade de “não ter nome” que todas elas existem num corpo só. E é a partir dessa simbiose de si, que este ser criou a sua primeira exposição fotográfica, denominada EU NÃO TENHO NOME.

#paracegover: Selva está com os braços abertos, em formato de cruz, apoiando uma vassoura sobre as costas. Um chapéu de palha cobre o seu rosto e panos cobrem os seios e o quadril. Selva está no meio de plantas secas e ruínas. FOTOGRAFIA: Antiplano.

Alguns a chamam de louca; outres, de artista. Passar na rua sem percebê-la é para os fracos. Fortes mesmo são aqueles e aquelas que se permitem deixá-la entrar. A cada fotografia, um novo universo. A cada pintura, um novo mergulho. A cada abraço, um novo despertar. É assim que Selva existe: se engolindo e transbordando arte.

Fernanda expõe o que seu corpo fala há um tempo maior do que o que algumas outras pessoas conhecem. Ela já fazia isso organicamente, quase como fotossíntese: necessária para sobreviver. Chamem como quiserem, body art, pintura, fotografia, performance, enfim, a arte de Selva é de fato tudo isso, mas caminha para uma linguagem ainda mais potente: a linguagem do sentir. O Feeling’s art. Ou “a arte do sentimento”. 

Aos poucos, o mundo virtual começou a se tornar a sua grande galeria (e as amigas mais próximas também), até chegar na última vez em que ela exibiu a exposição presencialmente, que foi na sua casa, durante a edição 2021 do Festival Mangarte, que aconteceu no dia 04 de dezembro.

Antes mesmo disso acontecer, Selva sentiu que deveria tornar esse jorro artístico público. Então, transformou cada imagem num quadro e distribuiu pelas ruas da cidade, decorando os muros secos de muita arte, questionamentos e pluriversalidade dos universos pensantes.

Essa exposição já foi feita antes, só que nas ruas, nos prédios abandonados, no beco e nas praças da cidade, e o motivo de eu ter feito ela nesses locais foi o de tornar a minha arte acessível, de levar arte a quem não tem acesso aos museus ou galerias, de provocar o pensamento crítico, de provocar os sentimentos.
SELVA.

Selva existe no mistério da arte; no poder que ela tem de não ser óbvia, e se fazer viva nas reticências do não saber. E se tem uma coisa que Selva não é, é óbvia… por isso, ela é explosão, porque quando transborda, nos encoraja a não ter medo de nos inundarmos. Assim como acontece quando observamos a sua exposição, Eu Não Tenho Nome

Sinta-se convidada e convidado a mergulhar nas fotografias a seguir. A exposição não está completa. Aqui, há apenas algumas das obras. Para ter acesso a todas as imagens, só acompanhando os futuros trabalhos dessa não-artista, porém grande, Selva. 

Aproveitem…

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