Tudo o que ainda virá a acontecer na arte e na cultura, um dia, será passado; um dia, lembraremos como algo que já passou. No entanto, tudo aquilo que já foi lançado, exibido ou até mesmo assistido mantém o seu legado na mais pura existência do seu trabalho, e na memória daquelxs que acompanharam esse processo.
Mas, sabe, a arte é potente demais para ficar só no passado. Por isso, a partir de hoje, eu vou trazer aqui para o Reticências Culturais o #tbtempo, um novo conteúdo que vai revelar momentos, projetos, peças, filmes, enfim, a arte e a cultura, nas suas mais amplas possibilidades, que já aconteceram. A novidade permite revelar trabalhos culturais que já foram lançados anteriormente, porém, que têm importâncias superiores às limitações do tempo.
Como o próprio nome já sugere, o #tbtempo será compartilhado sempre às quintas-feiras. Aos poucos, vocês vão conhecendo e se desbravando por trabalhos cheios de riquezas culturais e relevância histórica.
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Para começar, vamos falar sobre música.
No dia 08 de dezembro de 2021, o cantor, ator e dramaturgo mossoroense Igor Fortunato lançava, junto com a banda Fortunato e Os Jovens de Ontem, o álbum “Agudo”. A produção, que conta com o vocalista, a contrabaixista Ana Morena , o guitarrista Thiago Andrade e o baterista Yves Fernandes, foi amadrinhada pela Incubadora Dosol, projeto de gravação e lançamento de novos artistas que existe em Natal/RN.
Se não bastasse esse time de profissas, “Agudo” ainda teve o músico e produtor cultural Anderson Foca como diretor musical da obra. De julho a outubro de 2021, entre os tantos compromissos individuais, um unia o grupo: a preparação do disco. E assim eles foram, selecionando as músicas, desenrolando ensaios, até, finalmente lançá-lo no final do ano, com direito a show de estreia no Festival DoSol e tudo mais.
São sete canções de puro rock que dão vontade de sorrir, dançar, sair caminhando rumo a dentro de si, não é à toa que a primeira chama-se “Autorretrato”. “Agudo” traz diversas referências musicais. Por ali, uma guitarra “loshermânicas” chama a atenção e faz bater dentro; a voz aveludada e aconchegante de Igor acalenta; a bateria e o baixo tocam, pulsam, vibram as batidas lá da alma. Massa demais.
Claro, o nosso Nordeste também não deixa de estar presente… seja no sotaque, nas composições ou na harmonia, o rock potiguar está naquele som. Tem que estar, né? É o que nos faz unicidade.
“O disco tem uma sonoridade crua e intensa que valoriza a letra e a melodia. A entrada vem pela música, mas também pela poesia cantada”. Igor Fortunato, cantor.
“Eu sou vendaval solto pela estrada”, é assim que a canção que dá nome ao álbum começa. Quase como um convite a essa viagem louca que é a vida. Muitas dessas canções, segundo Igor, foram compostas bem antes do disco surgir, quando ele ainda caminhava pelo mundo das ideias. “Tem composições que tem 6 anos de composição e que estavam prontas para serem gravadas”, ele explica. No entanto, a produção mesmo aconteceu durante o segundo semestre do ano passado.
Os outros integrantes foram ficando e ficando. Hoje, Fortunato e Os Jovens de Ontem é uma realidade, e está trilhando por pernas próprias. Nesse meio termo do caminho, o processo criativo foi baseado na pluralidade e na coletividade, como me disse o vocalista da banda. Eram arranjos sendo pensados, propostas sendo idealizadas, um filho para ser lançado. E foi. Continua sendo, porque as músicas estão ecoando por aí.
“[O público] pode esperar muita visceralidade, poesia, rock e nordestinidade. Acho que posso resumir o disco dessa forma.”
Igor Fortunato, cantor.
E agora, você também pode conferir essa obra lindíssima.
Inaugurando a novidade mais quentíssima do Reticências Culturais, o #tbtempo, aproveitem o álbum “Agudo”, da banda Fortunato e Os Jovens de Ontem.
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