“Minhas fotografias são um vetor entre o que acontece no mundo e as pessoas que não têm como presenciar o que acontece. Espero que a pessoa que entrar numa exposição minha não saia a mesma”. Essa frase é do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado. Artista das lentes considerado um dos maiores do mundo na sua área. Esse pensamento também pode se encaixar no que se sente ao fruir as fotografias da artista Mickaelly Moreira. Mossoroense umbilical, além da assistência social e da docência, Mickaelly se descobriu também na arte, mais especificamente no teatro e no ato de fotografar.
A sua relação com a fotografia começou cedo, ainda entre os olhos da mãe, quando esta adquiriu uma máquina simples. O suficiente para que o instinto de loba aflorasse em Mickaelly. Segundo ela, a rua passou a ter um outro significado: o de capturar momentos; contar histórias. E, até hoje, é principalmente isso que ela mais gosta de fotografar.
O que não passava de um passatempo, hoje, transformou-se num instrumento de trabalho, e sobretudo, num “instrumento político” (palavras da própria Mickaelly). Ela diz que “o poder [..] que as imagens tem e a inquietação que elas podem causar” são alguns dos fatores que lhe motivam, mostrando o que, muitas vezes, está diante dos nossos olhos, mas nem sempre conseguimos enxergar. E isso se traduz nas muitas sensações causadas tanto em quem registra quanto em quem é registrada e registrado.
Com Mickaelly, a sensibilidade e o cotidiano constituem o mesmo espaço. Nesse caso, a mesma fotografia.
Para que vocês pudessem usufruir desse belo trabalho, separamos algumas fotos do verdadeiro memorial da artista Mickaelly Moreira.
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